
A ex-deputada federal e atual diretora de administração e finanças do Sebrae, Margarete Coelho (Progressistas), concedeu entrevista ao DitoIsto e falou sobre a pré-candidatura ao governo do Piauí. (Assista a entrevista completa no final da matéria)
Com críticas a atual gestão, ela afirma que o governo de Rafael Fonteles (PT) está “capturado” por um pequeno grupo que blinda o gestor do povo e dos aliados sinceros. Se referindo aos chamados “rafaboys”, ela diz que o grupo forma um verdadeiro “corredor polonês” que dificulta o acesso e isola o governador.
“O governador está ilhado, cercado por um grupo que lhe é muito próximo e que o blinda, que intercepta qualquer tentativa de aproximação. Estão nas principais secretarias, tomam as principais decisões, inclusive sobre alguns contratos que a própria Justiça está avaliando legalidade e a moralidade. Esse grupo tem afastado os amigos sinceros, aqueles que querem mandar a real para ele, que querem dizer onde merece ser reformulada a política dele. Ninguém pisa na grama ou nos tapetes do Karnak que não passe por esse corredor polonês formado por este grupo. Isso é péssimo. O governador está capturado. Ele só se deixa influenciar por esse grupo”, falou.
Se colocando como alternativa ao modelo atual, Margarete afirma que o governo de Rafael é um “governo de internet” e cita dados que mostram um Piauí diferente do que é mostrado na propaganda oficial. “Nós vivemos em um governo de internet. O governador diz que o Piauí está muito bem de internet. Tá. Na propaganda oficial está. Na propaganda temos um estado mais desenvolvido que a China”, criticou a pré-candidata.
Infraestrutura hídrica
Natural de São Raimundo Nonato, no semiárido piauiense, Margarete diz que as últimas gestões não fizeram nenhum grande investimento em infraestrutura hídrica. Segundo ela, a ausência de ação governamental piora as dificuldades de abastecimento na região do semiárido. Atualmente, cerca de 130 municípios do Piauí estão em estado de emergência por causa da seca.
“O Piauí não faz nenhum grande investimento em recursos hídricos desde a década de 90. Os últimos governadores que investiram em barragens, em acúmulo de água de superfície, foram Freitas Neto e o Mão Santa, com um projeto maravilhoso que era coordenado pelo Avelino Neiva e que deixou aí uma senhora estrutura. Só que essas barragens estão abandonadas, muitas sem manutenção. E outras que nunca foram terminadas. Essa semana eu tive acesso a um estudo do CPRM que diz que o Piauí tem 26 mil poços artesianos. Por que nós não estamos equipando, recuperando e distribuindo as águas desses poços? Muitos deles estão subutilizados” denunciou.
No partido está definido
Questionada se o nome dela para o governo já está definido dentro do Progressistas, Margarete apontou que no âmbito do partido sim. Segundo ela, a cúpula da agremiação já sentou e o cenário é ela como candidata ao governo e Ciro Nogueira candidato à reeleição para o Senado com Joel Rodrigues de primeiro suplente.
Margarete aponta que apenas variáveis envolvendo o grupo da oposição como um todo e ainda questões nacionais podem alterar esse cenário definido dentro do Progressistas.
“Em relação ao Progressistas, nós já sentamos, já conversamos, já vimos realmente que esse é o nosso cenário: eu candidata ao governo e Ciro candidato ao Senado com Joel de suplente. Claro que o cenário está muito ainda conturbado. Não temos uma definição porque não é só o que o Progressistas decide, nós temos todo um entorno que pode influenciar nas nossas decisões, como por exemplo uma candidatura do senador Ciro Nogueira à vice-presidência da República. Não é o que nós queremos, mas percebemos nas movimentações em Brasília esse grande desejo do centro e da direita como um todo de que o Ciro venha a ser o candidato a vice-presidência.”, explicou.
Assista a entrevista completa: