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Política em Teresina: recados, interesses e fuxicos que até Deus duvida

Lua de mel de vereadores com a prefeitura acabou mais cedo do que se pensava. Mas, show de fofocas e recados não parte apenas da Câmara.

Sedes da Câmara Municipal e da Prefeitura de Teresina (Montagem/DitoIsto)

No dia 13 de janeiro deste ano, o vereador petista Deolindo Moura afirmou que existia na Câmara Municipal de Teresina um “pacto tácito” em apoio ao prefeito Silvio Mendes (União Brasil). Mesmo sendo do PT, ele disse, naquela ocasião, que iriam “se dar muito mal” os que achassem que a Câmara seria palco de querelas políticas contra o prefeito.

O discurso de Deolindo estava alinhado com o de vários outros vereadores. Assim como ele, outros parlamentares eleitos em palanque adversário defendiam que o prefeito recém-empossado não deveria ter oposição na Câmara. Aquele discurso, convenhamos, era um absurdo. 

Todo governante, ainda que tenha 99% de aprovação popular e faça uma gestão de excelência, precisa ter oposição. E não importa se está no primeiro ou no último dia de gestão. Defender que um governo não tenha oposição é terrível.

Contudo, Deolindo e companhia mudaram de postura em poucos meses. Poderíamos até comemorar caso eles tivessem passado por essa “metamorfose” porque adquiriram a sensatez, a sapiência e o discernimento necessários a um bom legislador. Mas não!

Quem circula nos bastidores da Câmara Municipal e do Palácio da Cidade sabe que o calundu de boa parte dos vereadores se deve às insatisfações de cunho político. O estilo de Silvio Mendes tratar com a classe política é muito diferente do que os nobres edis estavam acostumados, sobretudo na gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa (PRD). Até quando Silvio vai conseguir manter esse estilo, não se sabe, afinal, os tempos de hoje são diferentes de quando ele foi prefeito em seus dois primeiros mandatos.

Em meio às insatisfações dos vereadores e ao discurso insistente de crise vindo do Palácio da Cidade – o que também começa a virar um problema pelo excesso – surgem diversos outros fatores que só pioram o cenário. Nesse momento, a política de Teresina está um verdadeiro antro de fuxicos, com parcela dos vereadores, secretários, babões e auxiliares mandando recados, plantando fofocas na imprensa e queimando o coleguinha.

A plantação de fuxicos entre Câmara e Palácio da Cidade é tão intensa que até Deus duvida. Boatos sobre a sucessão de 2028 espalhados a partir da Câmara Municipal nesta semana irritaram o prefeito e colocaram gente na berlinda. E ele não se incomodou apenas com quem criou a história, mas também com quem, em tese, se beneficiou dela. 

Nesses cinco meses, Silvio já “leu” o comportamento de muita gente, mas, bem ao seu estilo, não costuma reagir no curto prazo. Os que gozam da verdadeira confiança do prefeito – da confiança mesmo, não aquela das entrevistas – garantem que o gestor observa e sabe de tudo.

Em meio ao cenário de fuxicos, recados e mentiras, o alcaide vai deixando pacientemente alguns “espertos” de outros carnavais pensarem que estão abafando. 

Em alguns casos, ele até se diverte na observação.

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