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Piauí: PT expulsa vereadora que se uniu a adversários e foi eleita presidente da Câmara

Partido tinha maioria para comandar o Legislativo, mas vereadora surpreendeu ao formar chapa com adversários. Ao DitoIsto, ela falou que ninguém é obrigado a seguir partido.

Vereadora Auricineia (Reprodução/Instagram)

A direção municipal do PT na cidade de Coronel José Dias, a 520 km de Teresina, decidiu expulsar do partido a vereadora Auricineia Costa Assis, atual presidente da Câmara Municipal. A parlamentar é acusada de infidelidade partidária. A expulsão foi decidida de forma unânime em reunião deliberativa realizada nesta quarta-feira (21).

Surpresa na eleição da Câmara
O motivo da infidelidade partidária foi a eleição para a presidência da Câmara Municipal de Coronel José Dias. Embora tenha perdido a disputa pela prefeitura, o PT elegeu cinco dos nove vereadores do município, maioria que, em tese, garantiria ao partido vencer a eleição da Câmara, em oposição ao prefeito Victor Carvalho (PSD).

Liderado pelo ex-prefeito e empresário Maninho Atacadista, o PT reuniu todos os seus vereadores eleitos e decidiu formar uma chapa para disputar o comando da mesa diretora da presidência da Câmara. A vereadora Auricineia, que era a presidente da Câmara no biênio 2023-2024, estava no encontro. Ela não foi o nome indicado pelo partido, embora tivesse direito à reeleição.

No entanto, antes da eleição ela surpreendeu os colegas de partido e formou uma chapa com os quatro vereadores do PSD e do MDB, aliados do prefeito Victor Carvalho. Com isso, Auricineia foi reeleita presidente da Câmara com apoio dos adversários do PT e virou aliada do grupo governista.

Auricineia e o ex-prefeito Maninho (Reprodução/Instagram)

Para a direção municipal do PT, a atitude da parlamentar atentou contra os princípios éticos e configurou clara infidelidade partidária. Por isso, decidiu pela expulsão da parlamentar.

O que diz a vereadora
Procurada pelo DitoIsto, a vereadora Auricineia Assis afirmou que não pretende recorrer da decisão e se defendeu das acusações dizendo que ninguém é obrigado a seguir orientação de partido. Ela afirmou que nunca foi “partidarista” ou “militante”.

“É uma forma deles revidarem o meu direito que eu tinha de concorrer. Ninguém é obrigado, porque está no mesmo partido, seguir orientação partidária. Primeiramente eu nunca fui e nem sou partidarista, não sou militante de partido, apesar de que as ideologias do PT são interessantes”, argumentou a vereadora.

Auricineia disse ainda que não deixaria de votar nela própria para votar em outro candidato. Afirmou também que a expulsão acontece porque a cúpula do PT de Coronel José Dias sabe que na próxima eleição ela vai apoiar o atual prefeito Victor Carvalho.

Em relação à ética partidária, Auricineia apontou que a mesma direção que hoje a expulsa não disse nada sobre um episódio recente em que um vereador do PT publicou vídeo com ofensas de cunho machista, misógino e sexual contra uma suplente de vereadora do próprio partido.

“O mesmo presidente do partido, logo do PT que muito defende [o combate] à questão da violência contra a mulher, não se manifestou de forma alguma. Aí por eles não respeitarem o meu direito de concorrer à minha reeleição, aí sou expulsa do partido. Onde caberia expulsão, eles não fizeram. Mas eu estou muito tranquila.”, encerrou.

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